quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Temer: pede pra sair, sem respeito seu governo acabou.

CENA 1 - Palacio do Planalto 22:30. Temer sozinho em seu escritório. Resolve pedir um café.
Temer -Alô? 
Copeiro -Fala.
Temer surpreso como foi atendido. -Eu gostaria de pedir um café, por favor.
Copeiro- Pode deixar. Quando acabar o jogo eu levo.
 Temer. Perplexo. - Como assim? Sabe você não deve saber com quem está falando...
Copeiro. - Sei sim. É o Michelzinho...
Temer. Ficando bravo. Os dedos se mexem vertiginosamente. - Michelzinho é meu filho, eu sou o presiden...
Copeiro. Interrompe. -Eu sei, eu sei. Relaxa. Só faltam 40 minutos pra acabar. Aí eu levo. Beleza?
Temer. - Eu exijo que você traga agora, só o presidente, exijo respei...
Tu, Tu, Tu, Tu...
O copeiro desligou. 
Temer fica lívido e ainda com o telefone nas mãos ouve uma gritaria que quebra o silêncio do Palácio
-Gol. Gol. Goooollllllll.......
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CENA 2
Domingo. 13 horas. Temer resolve mandar o motorista sair com o carro oficial para despistar a imprensa e sai para o outro lado dirigindo o próprio carro. Marcela e o filho estão juntos. Vai a um pequeno restaurante nos Jardins em São Paulo, discretíssimo. Ao chegar vê uma vaga bem na porta. Resolve parar ali para caso tenha manifestação sair rápido sem precisar esperar o vallet trazer o carro. Estaciona. Esposa e filho saem.
Dois sujeitos se aproximam do carro. Temer já na calçada.

1º flanelinha. - Aí tio, dá trinta real pra nóis que nóis olha o carro, beleza?
Temer. - Não vou dar nada. Onde já se viu? A rua é publica, não se pode...
Interrompido.
1º flanelinha. - Se não quer pagar belê tio. Mais nóis não se responsabiliza por pobremas no carro...
Temer. - Você está me ameaçando? 
1º flanelinha. - Fica suave tio. num é ameaça não. É só aviso. Não quer pagá num pagá. Mais depois não vai dizer que num avisei. belê?
Temer perplexo entra no restaurante. Na rua os dois rapazes conversam.
1º flanelinha. - Que tio forgado, véio. Vou riscar a caranga todinha. Voc~e pode ficar com o som.
2º flanelinha. -Sê loko brother? Esse coroa aí é o presidente.
1º flanelinha. -É nada. É só o Temer.

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CENA 3

Domingo de manhã. temer vai correr no Ibirapuera em São Paulo. Sozinho. Encontra um outro atleta. Resolve acompanhá-lo. O cara o reconhece.

Atleta. -Bom dia presidente.
Temer feliz por ter sido reconhecido e tratado amistosamente. -Bom dia. Posso acompanhá-lo na corrida?
Atleta. Claro, seria um prazer.
Temer - Obrigado. Vai no teu ritmo, não sou mais um garoto.
Atleta. -Sem problemas. E já que o senhor tocou no assunto. Se tiver algum problema com o ritmo da sua esposa, sabe como é que é né? Estou a disposição. Quer meu whatsApp?

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As cenas acima são evidentemente ficcionais. Isso quer dizer que não aconteceram... Ainda... mas do jeito que as coisas vão, não tardarão a acontecer.
Michel Temer nunca foi unanimidade, aliás, sempre esteve longe disso. 
Amealhou a Presidencia com legitimidade constitucional (é bom que se diga) após a derrocada da presidANTA Dilma por crimes cometidos.
Mas a legitimidade popular, aquela conferida pelas urnas diretamente ele nunca teve. Poderia ter popularidade se seu governo tivesse mudado os rumos do país (coisa que não fez), a economia estivesse crescendo (coisa que não está), o desemprego caindo (pelo contrário está aumentando). Isso tudo traz desgaste para o governante eleito, para um que tomou posse nas circunstancias em que ele tomou é uma bomba com pavio aceso.
Não bastasse isso há outra crise. Essa a meu ver, ainda mais grave: a crise de autoridade. Em seis meses de governo Temer, foram seis os ministros que caíram por suspeita de corrupção depois de ficarem na berlinda por vários dias aumentando o desgaste do governo.
O penúltimo ato dessa opera bufa se deu com a saída do ministro da Cultura, Calero, que saiu acusando outro ministro (Geddel) de trafico de influência sobre o IPHAN para liberar a construção de um prédio irregular em Salvador, tudo isso com a anuência ou pelo menos conhecimento do Presidente. O mais grave é a afirmação de Calero de que havia gravado conversas com Temer.
Como assim? Um ministro grava a conversa com o presidente da república?
Perdeu-se o senso, o respeito.
O último ato no entanto estava reservado para ontem. 
Após a entrevista coletiva em que chamou os presidentes da Câmara (Rodrigo Maia) e do senado (Renan Calheiros) para sentarem-se a seu lado e passar falar em União e pedir a aprovação das 10 medidas contra a corrupção proposta pelo Ministério Público e obter a afirmativa dos chefes dos poderes de que não seria aprovada a anistia, na madrugada de terça feira, 48 horas depois, a Câmara aprovou o projeto contrariamente ao que se havia pactuado entre os três - Temer, Maia e Calheiros- , o próprio Renan tentou uma manobra no senado na madrugada seguinte (fracassada) para votar o projeto com urgência.
A Retaliação dos Procuradores da Lava jato foi imediata. 
Também em entrevista coletiva os representantes do MP colocaram o pé no pescoço de Temer: ou veta ou vamos todos abandonar a operação que está limpando o país.
Nada contra a posição dos Procuradores, há pontos obscuros no projeto aprovado, outras medidas foram alteradas. Cabe o debate e a pressão. É do jogo.
O que não pode é ameaçar o Presidente no melhor estilo ou ele ou eu.
Perderam o respeito pela liturgia do cargo, pela figura do Presidente e pela capacidade deste de decidir os rumos do país.
Agora se Temer vetar o projeto, cria uma saia justa com os legislativo e pode ver outros projetos de interesse do governo não serem votados ou serem rejeitados. Perde o país.
Se por outro lado, Temer sancionar o projeto fica bem na foto com os parlamentares, terá mais facilidade para passar seus projetos,mas por outro lado perde os procuradores que comandam a a maior operação anti corrupção da história desse país e perde o pouco de credibilidade junto à opinião pública.Também nesse caso perde o país.
O governo acabou. O melhor que Temer tem a fazer é como diria o Capitão Nascimento " pede pra sair".
Nesse caso, ganharemos todos.

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