“Estou tomando as providências jurídicas, vou recorrer”, declarou o presidente. “É um crime contra um candidato a presidente da República, que atualmente tem mandato. Devemos ir às últimas consequências nesta situação aí.”
A frase acima foi proferida em tom imperativo pelo presidente Messias no dia 14/06/2019 logo após saber que o juiz federal Bruno Savino absolveu Adélio Bispo de Oliveira, o esfaqueador de Bolsonaro, considerado inimputável (ou seja, alguém que não pode responder por atos), mas determinou sua internação compulsória.
É justo que qualquer pessoa que se sinta ferido em seus direitos ao ter um revés na justiça (ou se a decisão do juiz não for ao encontro de suas expectativas) recorra da sentença. É do estado democrático de direito essa premissa e o (agora) presidente tem absoluto direito de estar indignado com a sentença e queira recorrer.
O presidente Messias sempre disse que não acredita que Adélio agiu sozinho, que acredita que há alguém por trás do atentado e sempre achou suspeito a defesa do esfaqueador ser feita por um dos escritórios mais caros e luxuosos de MG.
Estranho porém é que transcorrido o prazo para interpor os recursos a defesa do presidente Messias não o fez. Isso mesmo. Simplesmente não entraram com recurso e o caso transitou em julgado, ou seja, a sentença proferida pelo juiz Savino é definitiva.
estranho ainda é que após tanto alvoroço, ilações, teorias da conspiração, discursos inflamados e afins, ninguém da Planalto se pronunciou a respeito dessa decisão.
Se o presidente Messias queria tanto ver o caso resolvido, se colocou até a Policia Federal sob suspeita "de estar fazendo corpo mole nas investigações", se nada foi esclarecido até agora, o minimo que o presidente deveria fazer é vir a público e esclarecer o porque mudou de ideia.
E o mais importante:
Por que o silêncio?
O povo brasileiro em geral e os eleitores do presidente em particular precisam saber o que mudou na posição do presidente e por que não veio à publico com a mesma enfase e indignação anunciar sua decisão.
Sem isso, a tese da teoria da contra conspiração de que o atentado foi simulado só tende a crescer.