quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Marrey uma panela de pressão em Guarulhos


Era outubro de 1992 e 111 morreram dentro das muralhas da antiga Casa de Detençã (SP), o antigo Carandiru,dez anos depois outros 27 perderam a vida na penitenciária Urso Branco em Porto Velho (RO), mais dois anos em abril de 2004 30 mortos em Benfica (RJ) e 2017 começa com outros 60 mortos no Anisio Jobim em Manaus (AM). Todos presos. Todos sob a guarda do estado para pagar a pena que a Lei impôs pelos delitos que cometeram contra a sociedade.
Muitos podem estar pensando agora: eram bandidos, não tinha nenhum inocente lá, tiveram o que mereceram.
Se o pensamento da sociedade é esse, que se coloque em votação em URGENCÍA URGENTÍSSIMA uma PEC DA PENA  de MORTE e paremos de brincar de ressocializar os delinquentes.
Mas se queremos um estado de direito de fato, onde regras devem ser postas e seguidas está mais que na hora de olharmos para esses massacres e não observarmos os efeitos deles: as mutilações, decapitações, torturas e mortes, tudo aquilo que nos remete a barbarie. É hora de olharmos para as causas.

As imagens correram o mundo e a imagem do país festivo, que promoveu uma das mais belas aberturas de olimpiadas de todos os tempos, de prais paradísiacas, de povo acolhedor, sorriso fácil e amistoso foram para o mesmo ralo por onde esvaiu o sangue dos assassinados em Manaus.
Assim como foi para o ralo o dinheiro que deveria ter chegado ao presidio para que os detentos tivessem condições minimas de alimentação, estudo e trabalho, para que pudessem ter uma oportunidade de quando terminada a pena, serem reinseridos na sociedade.

Só que nesse caso o ralo é outro. Tem CPF, NOME, CONTA BANCÁRIA,CARGO PÚBLICO ou se beneficia de quem o tem.

Isso aconteceu lá em Manaus. Tão longe de nós. Não dói tanto. Não sentimos tanto. Não nos revoltamos tanto.

Aqui do outro lado da Dutra, perto de onde escrevo tem uma panela de pressão tão grande e prestes a estourar. É o Marrey. Deveriam ter 1200 presos lá. Hoje são 2150 segundo os funcionários.

Se (e quando) explodir como vamos nos comportar?

Será que não vamos aprender nada com isso?

Sr. Secretário GIlvan Passos, sei que o Senhor é Secretário Municipal de Segurança, o Marrey é de competência do Estado, mas se a cronica da tragédia anunciada for escrita a desculpa será a mesma dos outros? 
Não é da minha competência?
Não seria melhor cobrar competência agora de quem as tem de fato para que a população guarulhense não passe por isso?

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REPUBLICA DE GUARULHOS

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