A escravidão
permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil’
A frase acima é de Joaquim Nabuco e foi dita ainda no sec. XIX.
Críticos dirão que ele estava errado, que a lei Áurea aboliu a prática e que,
portanto, a escravidão não existe mais.
Infelizmente, para a vergonha de todos que se percebem
civilizados a confirmação da fala de Nabuco é a mais pura verdade.
Como cantou
Elza Soares: “A carne mais barata do mercado
É a carne negra, é a carne negra que vai de graça pro presídio, e para debaixo do plástico, e vai de graça pro subemprego e pros hospitais psiquiátricos”.
É a carne negra, é a carne negra que vai de graça pro presídio, e para debaixo do plástico, e vai de graça pro subemprego e pros hospitais psiquiátricos”.
Os episódios ignóbeis ocorridos recentemente no Rio
de Janeiro e em São Paulo só evidenciam o que se sabe: somos racistas e
justiceiros.
Para recordar no Rio de janeiro um jovem esquizofrênico foi chicoteado no Complexo
do Chapadão, na Zona Norte. Policiais militares atingiram várias vezes suas
costas com um fio, deixando-as marcadas. Queriam que desse informações sobre
outros homens, mas ele, por causa de suas limitações, não conseguiu responder.
Por isso, apanhou. O irmão fez a denúncia à 31ª Delegacia de Polícia (Ricardo
de Albuquerque).
Em São Paulo um adolescente de 17 anos acusado de ter
furtado chocolates do supermercado Ricoy na Zona Sul, foi despido, amordaçado e
chicoteado por dois seguranças do estabelecimento que ainda filmaram a sessão
de tortura. No vídeo com menos de
um minuto, ele também é ameaçado de morte pelos dois agressores.
Vivemos no Brasil um momento
sui generis, citando ainda a grande Elza : “O cabra aqui, não se sente revoltado,
porque o revólver já está engatilhado e o vingador eleito, mas muito bem intencionado”.
O presidente Brilhante Messias não é o autor das
agressões, mas suas palavras incitam a violência já tão presente em nossa
sociedade.
Declarações de apologia à tortura, a legitimação
dos atos bárbaros de seu herói Ulstra, a descompostura ao citar o pai da ex
presidente chilena Michelle Bachelet, morto sob tortura por Pinochet, só corrobora para que atos como esse se propaguem
no Brasil.
É imperativo que Brilhante Messias desça do
palanque e apazigue seu discurso. Ele foi eleito para cumprir a Constituição e
governar para todos os brasileiros, sejam de esquerda ou de extrema direita,
para brancos, negros e índios, para ricos e pobres, homens, mulheres e
homossexuais.
É isso que se espera de um presidente ou então continuaremos
a retroceder ao estado de barbárie e a escravidão, com capitães do mato
modernos, munidos de smartphones prontos a torturar, filmar e postar nas redes
sociais os vídeos de sua desumanidade.
"Abram os olhos e o coração, estejamos alertas, o terror continua, só mudoude cheiro e de uniforme..." -Renato Russo
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