terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Olhando além do marketing de Guti


No último final de semana o prefeito Guti fez uma visita surpresa ao P.A. Maria Dirce, acompanhado de secretários, dentre eles o da saúde sr. Lago e o da Segurança Sr. Gilvan, constatou o óbvio: o atendimento à população é muito abaixo do lastimável para dizer o mínimo.
Munido de câmeras tudo foi filmado e posteriormente editado para ser postado em redes sociais (como manda qualquer manual de marketing politico) para ser compartilhado à exaustão por seguidores, apoiadores e comissionados, com o objetivo de "LIMPAR" a barra do prefeito e do secretário pela morte ocorrida uma semana antes no HMU.

                                                    Nada contra o prefeito sair para visitar os locais que ele administra, afinal ele foi eleito para isso mesmo, porém
se faz necessário salientar algumas coisas que Guti não disse:

1) Os funcionários que estavam de plantão no momento da visita de Guti estavam trabalhando sem receber os salários, isso porque a prefeitura não havia pago a Empresa Fundação ABC que tem convênio com a Prefeitura.
Ao invés de ir cobrar o funcionário, o prefeito deveria ter convocado o secretário Lago e pedido uma reunião (chamada de mesa redonda) com a Empresa, o Sindicato da Categoria, o Ministério Público e assinado um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) para amenizar os problemas que atrasos em salários e benefícios acarretam. Os doentes sofrem com a falta de atendimento. Os funcionários sofrem com a falta de pagamento.

2) Na gravação não diz que a empresa Fundação ABC tem a receber mais de 6 milhões em atraso com a prefeitura. Será que TODOS OS FUNCIONÁRIOS QUE FORAM CONSTRANGIDOS PELO PREFEITO  já receberam seus salários do mês? Isso ele não disse...

3) No Vídeo Guti aborda um funcionário de camisa totalmente branca perguntando-lhe se o mesmo é Segurança, a resposta é afirmativa. Há algo de muito estranho ali. Somente Vigilantes podem fazer segurança segundo a Polícia Federal.
E os Vigilantes tem de usar uniformes conforme rege a PORTARIA No. 387/2006 - DG/DPF ART 103
§ 1º A fim de garantir o caráter ostensivo, o uniforme deverá conter os seguintes elementos:
I - apito com cordão;
II - emblema da empresa;
III - plaqueta de identificação do vigilante, autenticada pela empresa, com validade de 06 (seis) meses, constando o nome, o número da Carteira Nacional de Vigilante e fotografia colorida em tamanho 3 x 4.
Na peça de marketing veiculada vê-se claramente que o "SEGURANÇA" não está seguindo as regras da Polícia Federal o que contraria a determinação do CBO (Código Brasileiro de Ocupações) e da Policia Federal. Para o leigo pode parecer tudo a mesma coisa, porém não é.
A função de porteiro não pode ser confundida com as de vigilante. O porteiro, cuida em organizar a entrada e saída de pessoas e veículos, além de pequenos serviços, como de abertura de água, ligação de energia elétrica e outros.
O vigilante tem como atividade a guarda ostensiva, similar aquela desenvolvida pela polícia, só que em ambientes internos, cuidando não só do patrimônio da empresa, mas também da vida dos que ali estão vinculados e encontram-se sob sua guarda, podendo, para tanto, usar arma de fogo se for o caso.

Só há duas hipóteses para explicar esse fato: ou a Empresa está vendendo Vigilantes e entregando porteiros, ou a própria prefeitura está comprando o serviço errado.
 Seja como  for, há algo que não está certo. E isso aconteceu sob os olhos do Secretário de Segurança Sr. Gilvan que perdeu uma boa oportunidade de começar uma investigação.

Melhor seria que Guti pensasse menos em promover-se e cuidasse de fato da cidade corrigindo os desmandos que herdou. Ele não precisava ir até o Maria Dirce verificar como estava o atendimento, nos 8 anos como vereador eleja conhecia a cidade e já fizera essas visitas antes. Essa prática ele já utilizou no passado. A população não precisa de espetáculos de mídia.
 A campanha já acabou sr. Guti.
 O Sr. Já é o Prefeito.

Melhor seria se tivesse lutado na Câmara para aprovar a Comissão para investigar as mortes das crrianças do Hospital ao invés de votar contra a criação da investigação.
Melhor ainda seria ter  ido ao HMU há uma semana, talvez Paulo Henrique ainda estivesse vivo.

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