Não sou procurador para acusar Lula, nem
sou seu advogado para defendê-lo. Tampouco sou juiz para condená-lo.
O que Lula roubou de mim, não foram
os milhões emprestados a fundo perdido à Cuba, Argentina, Venezuela, Bolívia,
Equador, Angola ou Moçambique e que poderiam ter sido investidos em escolas no Acre, em estradas em Roraima, hospitais em Mato Grosso, centros Culturais no Ceará, creches em Alagoas ou
remédios para os idosos de todo o Brasil.
O que Lula roubou de mim, não foi o
perdão às dívidas milionárias de países africanos que poderiam ter sido
investidos na duplicação de rodovias federais e salvado milhares de vidas
brasileiras nos últimos anos além de gerado milhares de empregos combatendo
assim a crise que assola nosso país.
O que Lula roubou de mim , não foram
os milhões ou bilhões de reais ou dólares (dependendo
de quem conta a história) que dizem que ele tem em contas aqui e/ou no exterior,
em ações de empresas, em moeda corrente, em imóveis em nome de parentes, em
gado, joias e barras de ouro que eu não vi. Nem eu, nem ninguém.
O que Lula roubou de mim, não
foi a dignidade de ter estudado com esforço enquanto trabalhava em dois empregos para pagar a faculdade, quando
se orgulhou de ter chegado à presidência da República sem tê-lo feito, roubou
de mim o direito de dizer aos mais jovens que somente com esforço, dedicação,
estudo e força de vontade podemos vencer
na vida, roubou-me o direito de dar o exemplo.
O que Lula roubou de mim não foi
apenas o grau de investimento concedido ao Brasil pelas agências reguladoras
internacionais, conquistado a duras penas, após anos de trabalho duro para
estabilizar as finanças do país com o
plano real (que ele e seu partido foram contra) incentivando o consumo
desenfreado, baseado no endividamento da população mais pobre que agora não tem
como pagar a conta.
Lula roubou de mim a segurança de um país estável economicamente,
com dívidas internas e externas que tendem a jogar o país na roda viva da hiperinflação
terrível já vivenciadas no final da década de 1980.
O que Lula roubou de mim foi 2 votos que seu partido negou em 1997 na votação da Reforma da previdência proposta pelo governo FHC, que se tivesse sido aprovada, não teria jogado o país neste caos de hoje.
Mas o bem mais valioso que Lula
roubou de mim, foi o sonho, a esperança que um dia, eu jovem, depositei nele,
quando ainda adolescente, comprava camisetas com meu próprio dinheiro e junto
com outros amigos, estampávamos frases de efeito, redigíamos panfletos e
saíamos pelas ruas do Rio para fazer campanha para eleger aquele que seria nosso
presidente. Aquele que olharia para os mais pobres, que alimentaria nossos sonhos e os famintos,
que faria do Brasil um lugar justo e digno. Onde teríamos orgulho de viver.
O que Lula roubou de mim foi a
ingenuidade de ter acreditado um dia que ele não posaria sorridente para fotos
com Maluf, Sarney, Temer, Jader, ACM, Renan, Collor em troca de se manter no poder a qualquer custo.
O que Lula roubou de mim foi a
esperança de acreditar que alguém poderia não ser do meio, entrar no meio, não
se misturar ao meio e mudar o todo.
Ao ser condenado à 12 anos de prisão
(ainda cabe recurso) Lula condena toda
uma geração ao fim de suas ilusões. Não me importa se o triplex é dele ou de amigos. Se o sítio é dele ou de amigos. Isso é bobagem. É café pequeno.
Os versos de Cazuza nunca soaram tão
atuais:
“ Minhas ilusões, estão todas perdidas, os meus sonhos, foram todos
vendidos, tão baratos que eu nem acredito... meus inimigos, estão no poder...”
Foi só tudo isso que Lula roubou de
mim...